Governo Bolsonaro muda destino de recursos e compromete fiscalizações trabalhistas

Publicado em 08/11/2021 às 08:50

Compartilhe

103836

source
Presidente Jair Bolsonaro
Reprodução

Presidente Jair Bolsonaro

O governo Jair Bolsonaro desviou verba para fundos e esvaziou fiscalização trabalhista ao recusar recursos arrecadados em decorrência de infrações trabalhistas. A verba, usada para equipar grupos de fiscalização do próprio governo, passou a ser detinada ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) ou ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As informações são da Folha de S. Paulo.

Essa mudança no uso dos recursos acaba impossibilidanto a fiscalização trabalhista, já que gerências e superintendências regionais dependem de serviços e obras previstos nos termos de ajustamento de conduta (TACs) assinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

A mudança do destino dos recursos foi efetivada em julho, após a recriação do Ministério do Trabalho e da Previdência. De acordo com críticos, ela pode parar fiscalizações referentes a trabalho escravo, acidentes de trabalho e trabalho infantil.

Um documento do Ministério do Trabalho e da Previdência de 27 de outubro, obtido pela Folha, informa a subsecretarias, coordenações e superintendências regionais a “impossibilidade de recebimento de bens patrimoniais ou recursos financeiros decorrentes de TAC ou aplicação de multas”. O ofício foi assinado por Luís Felipe Batista de Oliveira, secretário de Trabalho do ministério.

De acordo com auditores ouvidos pela Folha, os bens e recursos de TAC são a única maneira de equipes saírem às ruas para realizar fiscalização trabalhistas. Além disso, esses recursos são essenciais para a existência de unidades regionais, sobretudo em cidades distantes dos grandes centros urbanos.

A mudança dos recursos

Para mudar o destino dos recursos, o Ministério do Trabalhou usou dois apreceres jurídicos do governo Bolsonaro. Um deles foi elaborado pela Advocacia-Geral da União (AGU) entre dezembro de 2019 e março de 2020, enquanto o outro é resultado de uma consulta feita pela Secretaria de Previdência e Trabalho.

Os bens e recursos previstos em TACs garantem desde dinheiro para custear itens básicos, como gasolina e pneus de carros das equipes, até bens específicos, como caminhonetes.

À Folha, o Ministério do Trabalho disse que se baseou nos pareceres jurídicos para mudar o destino dos recursos. “O ofício circular [enviado às entidades regionais] nada mais é que uma orientação às unidades subordinadas ao ministério para o cumprimento dos entendimentos jurídicos citados”, disse o Ministério, em nota.

Leia Também

Segundo a pasta, a fiscalização de trabalho escravo, trabalho infantil, acidentes de trabalho e as demais devem ser garantidas pelo Orçamento da União. “Não se trata, portanto, de compensação pelo não recebimento desses bens. O Orçamento da União deve garantir o andamento das ações fiscais em todo o país”.

Veja também

cultura-29-11

IBIRACRIA: fotógrafo internacional inaugura Atelier para promover arte e cultura em Ibiraçu

coluna-social-29-11-Cicero

Assista como foi a abertura do Brilho de Natal de Domingos Martins

sesa-29-11-governo

Governo inaugura obras e autoriza novas unidades de saúde em Muniz Freire

incaper-29-11-divulgacao-1

Incaper disponibiliza tecnologias para agricultores familiares produzirem cafés especiais nas montanhas capixabas

nuvens-tempo-17-11-freepik-1

Previsão de chuva passageira e rajadas de vento forte no Espírito Santo nesta quarta-feira

pf-28-11

Policia Federal investiga grupo criminoso que praticava fraudes bancárias no Espírito Santo

queimada-28-11-freepik

Governo do Estado proíbe queima controlada devido ao clima seco no Espírito Santo

festival-santa-teresa-28-11

Festival gastronômico italiano movimenta Santa Teresa