EUA reafirmam Doutrina Monroe e buscam reforçar influência no Hemisfério Ocidental
Publicado em 08/12/2025 às 13:17
Foto; Freepik
O governo dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (5) a Estratégia Nacional de Segurança Nacional, reafirmando a Doutrina Monroe e a “proeminência” de Washington sobre o Hemisfério Ocidental, que inclui as Américas do Norte, Central e do Sul.
Segundo o documento da Casa Branca, “os EUA farão cumprir a Doutrina Monroe para restaurar a proeminência americana no Hemisfério e proteger nossa pátria e acesso a regiões estratégicas”.
O professor de relações internacionais do Ibmec São Paulo, Alexandre Pires, afirma que a nova política é um recado à China, reagindo à crescente influência econômica de Pequim na região. O documento guiará a política externa dos EUA durante o governo Trump.
O texto estabelece que os Estados Unidos negarão a potências externas a capacidade de posicionar forças ou controlar ativos estratégicos no Hemisfério Ocidental, aplicando um “Corolário Trump” à Doutrina Monroe, uma releitura do projeto do século XIX que buscava expandir a influência americana no continente. Entre os objetivos, estão “estabelecer ou expandir o acesso em locais de importância estratégica” e restringir empresas estrangeiras que construam infraestrutura na região.
Para Alexandre Pires, a medida visa enfraquecer a presença chinesa na América Latina. “Vemos os EUA retomando o controle indireto do Canal do Panamá, mobilizando forças no Caribe para pressionar a Venezuela e cobrando atenção de países como Dinamarca em relação à Groenlândia”, disse.
O documento afirma que os EUA buscarão se aliar e expandir sua influência na região, incentivando governos alinhados aos seus princípios e mantendo diálogo com outros que compartilhem interesses estratégicos, mas limitando a influência externa adversária.
A política externa norte-americana também prioriza empresas dos EUA, orientando funcionários em embaixadas a apoiar negócios americanos e defender acordos comerciais favoráveis, inclusive com contratos exclusivos e diplomacia comercial baseada em tarifas e parcerias de segurança.
Fonte: Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil