Espírito Santo bate recorde de exportações de ovos e se consolida como referência internacional
Publicado em 27/06/2025 às 08:37

Foto: Freepik
Nos primeiros cinco meses de 2025, o Espírito Santo alcançou um novo recorde nas exportações de ovos, com US$ 3,6 milhões em receitas e 1,6 mil toneladas embarcadas. O desempenho registrado entre janeiro e maio já supera todo o acumulado da série histórica, segundo dados da Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
Neste ano, os ovos capixabas chegaram a 25 países, com destaque para os Estados Unidos, que se tornaram o principal destino. O país norte-americano respondeu por mais de 97% do valor e do volume exportado no período: US$ 3,5 milhões e 1.573 toneladas. Em seguida, aparecem o Panamá (US$ 16 mil e 6,3 toneladas) e as Ilhas Marshall (US$ 14,8 mil e 5,8 toneladas).
Comparado ao mesmo período de 2024, o crescimento foi expressivo: aumento de 682% na receita e 370% no volume exportado. No ano passado, foram exportadas 343 toneladas de ovos, gerando US$ 461 mil. O desempenho do Espírito Santo supera a média nacional, que cresceu 35,7% em volume e 25,4% em valor no mesmo intervalo.
Segundo especialistas, o aumento da demanda internacional, especialmente dos EUA, está diretamente ligado à crise provocada pela gripe aviária (H5N1), que resultou no abate de milhões de aves poedeiras e gerou escassez no mercado norte-americano. Isso elevou os preços e impulsionou a busca por novos fornecedores — cenário que favoreceu o Brasil e, em especial, o Espírito Santo.
Além da conjuntura internacional, o resultado positivo é atribuído ao esforço contínuo do Estado em ampliar mercados, garantir qualidade sanitária e fortalecer a avicultura comercial. “Esse movimento reflete não apenas a demanda provocada pela crise de escassez, mas também o cumprimento dos rigorosos requisitos sanitários por parte dos produtores capixabas”, destacou o secretário de Agricultura, Enio Bergoli. “A exportação em 2025 superou com folga os números de 2023 e abriu novas oportunidades para nossos avicultores, que estão entre os mais produtivos do país”, afirmou.
A partir de fevereiro, os Estados Unidos passaram a importar ovos brasileiros também para consumo humano, e não apenas para uso industrial, ampliando o volume embarcado. A confiança na qualidade sanitária da produção brasileira e a logística eficiente ajudaram o Brasil a se consolidar como fornecedor estratégico no cenário de crise global.
O gestor de projetos da Seag, Filipe Barbosa Martins, explicou que a mudança no perfil da demanda americana foi crucial: “Antes, as importações eram restritas ao uso em rações animais. Agora, os ovos são utilizados também na indústria alimentícia, o que amplia significativamente o mercado e beneficia diretamente os produtores capixabas”.
O diretor executivo da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES), Nélio Hand, avalia o momento como uma oportunidade estratégica. “A tendência é de que os volumes exportados se mantenham elevados, mesmo com uma possível desaceleração. O Espírito Santo está firme nesse mercado”, afirmou.
Produção capixaba impressiona em escala e qualidade
Em 2024, o Espírito Santo produziu cerca de 5,2 bilhões de ovos de galinha e 1,7 bilhão de ovos de codorna — uma média diária de 14,1 milhões e 4,7 milhões, respectivamente. Isso equivale a quase 1.700 ovos por capixaba ao longo do ano: 3,5 ovos de galinha e 1,2 de codorna por dia, considerando toda a população do Estado.
O Estado responde por aproximadamente 7% da produção nacional de ovos e é referência na avicultura brasileira. O município de Santa Maria de Jetibá lidera o ranking nacional de produção de ovos de galinha, com larga vantagem sobre Bastos (SP), o segundo colocado. A produção responde por 56% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do município. Em 2023, os produtores capixabas movimentaram cerca de R$ 2 bilhões com a atividade.
Na produção de ovos de codorna, o Espírito Santo também se destaca, sendo o segundo maior produtor do país, com 18,5% do total nacional. Santa Maria de Jetibá lidera também esse ranking, superando com folga Carpina (PE), segundo colocado.
A alta produtividade da avicultura capixaba assegura não só o abastecimento interno, mas também fortalece o Estado como fornecedor nacional e internacional em um momento de demanda aquecida.
“A exportação ainda envolve altos custos e desafios logísticos, mas o Espírito Santo está consolidado no mercado internacional. Nosso objetivo é continuar crescendo e diversificando os destinos”, afirmou Nélio Hand.
Um marco importante para a avicultura capixaba foi o recente reconhecimento do Espírito Santo como zona livre da Doença de Newcastle pelas autoridades chilenas. A certificação reforça a credibilidade sanitária do Estado e amplia as possibilidades no comércio exterior.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Seag