ESPECIAL ELEIÇÕES 2024: Pré-candidato a prefeito, Edinho Paganini diz ter coragem para mudanças em Domingos Martins

Publicado em 05/04/2024 às 22:56

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ELEIÇÕES - 1

Texto e foto: Fabricio Ribeiro

O vereador Edinho Paganini (PRD) é pré-candidato à prefeitura de Domingos Martins. Nascido no município, Edinho tem 61 anos, é viúvo, pai de dois filhos e irmão do ex-prefeito Ivan Paganini. Edinho, que é empresário do ramo do varejo e está em seu 1º mandato na Câmara, considera a atual gestão incapaz de resolver problemas da cidade e que entrega obras de má qualidade.

Ele quer ampliar as vagas de estacionamento e reorganizar o trânsito, estender o custeio do lixo para mais pessoas, investir nas estradas rurais para fortalecer o turismo e agricultura, criar programas para estimular a produção rural e atrair empresas não poluentes para gerar empregos.

Montanhas Capixabas – Por que você quer ser prefeito?

Edinho Paganini – Queremos fazer mudança. Domingos Martins andou para trás. O município era referência e hoje perdemos isso. Temos turismo? Temos, mas perdemos porque não temos o pensamento no futuro. Domingos Martins tem que ter um choque de gestão, tem que fazer uma limpeza no bom sentido e botar cara nova. Domingos Martins precisa acordar de um sono ruim com pesadelos.

Como está a construção de sua futura candidatura?

O PRD chegou para mim através do presidente Marcelo Santos (deputado estadual que preside a Assembleia Legislativa do Espírito Santo). Hoje nós temos que montar uma terceira via para não ter uma quarta via. Então estamos conversando com outros grupos. A ideia é engordar uma terceira via positivamente. O princípio é substituir a atual administração num todo.

Além do PRD, quem mais está caminhando junto?

Até o momento estamos finalizando a organização do partido e aí teremos três meses de negociação. O PP (Partido Progressista) é uma das faixas de conversação. E tem outros partidos para essa terceira via, mas no momento não posso citar.

E a chapa de vereadores?

Temos a chapa completa do PRD, com oito homens e duas mulheres.

Já tem nome para vice? 

Temos feito muitas conversas, mas ainda não posso divulgar os nomes. Mas entre estes nomes está o de um ex-prefeito.

Quais são os pré-candidatos de Domingos Martins hoje?

Além do meu nome, temos ainda o vice-prefeito Fabinho, o ex-vereador Edu do Restaurante, e o ex-prefeito Carlinhos Borboleta.

O seu irmão, o ex-prefeito Ivan Paganini, comentou a possibilidade de disputar a Prefeitura…

É. Mas a gente conversou em família e entendeu que hoje a exposição maior politicamente é a minha. Então a gente decidiu que eu sou o pré-candidato a prefeito na família. Ele (Ivan) declina até porque está no PSB do governador Casagrande, a gente não sabe ainda como será a participação aqui.

Existe a possibilidade de você estar numa chapa apoiada por Casagrande?

Hoje a segunda pessoa do Estado é o presidente do meu partido, Marcelo Santos. Nada impede de a gente ter uma negociação lá na frente.

Como você avalia a pré-candidatura do vice-prefeito Fabinho?

O que ele vai mostrar para a população se está há 16 anos com esse grupo? Fabinho é uma continuidade daquilo que não existe. Domingos Martins tem uma administração muito cansada. Devido ao tempo no poder, há um estacionamento, relaxamento. Obras de muito má qualidade. É uma candidatura que vai empurrar pelo poder econômico da administração.

Outro pré-candidato é o Edu, ex-vereador, que também já disputou para prefeito. O que você acha dele?

É experiente e tem um partido que pode alavancar muita coisa que é o PL. É um cara muito bom, trabalhador e decente. É um bom candidato. Mas acredito mais em mim do que nele.

E o pré-candidato e ex-prefeito Carlinhos Borboleta?

Carrega a experiência de ter sido gestor da Ceasa e prefeito da cidade. Procuro saber aonde ele vai criar uma situação positiva. Porque na realidade vejo que a população quer uma mudança radical, que poucos tem coragem de fazer. E Borboleta é uma continuidade, não tenho dúvida.

Quais são os destaques de seu mandato de vereador?

Informar a população sobre a realidade da administração. Tenho feito isso desde a primeira sessão, que mostro a falta de planejamento e organização da atual administração de nosso município. Tenho mais de cinco ações na justiça contra essa administração, tem várias empresas abandonando obras. O meu papel é de fiscalização.

Como é a economia de Domingos Martins hoje?

O município já foi agrícola, mas hoje ele é turístico. O que precisamos fazer é dar condições de fomentar esse turismo, com chegada mais rápida às pousadas, restaurantes. Tem que melhorar as vias de acesso.

Mas muita gente vive da agricultura. Como você vê esse setor hoje? 

Creio que a agricultura chega a bater 30% da economia hoje. E esses agricultores estão abrindo casas de chá, restaurantes e mantendo a agricultura. Você hoje tem o turismo associado à agricultura. Quando você melhora o acesso melhora para o turista e para o agricultor. A gente está pensando em ter uma secretaria de Agricultura forte e também uma de Turismo, que é o futuro de Domingos Martins.

Produtores rurais vendem terrenos e vão para o centro ou outros lugares. O município tem como estimular a permanência no campo?

Na época do governo do Ivan criamos o programa Peixe na Mesa, que foi para manter o homem no campo e até hoje permanece, tendo o município virado um polo de piscicultura. Vamos criar programas semelhantes. Nos últimos 20 anos não tem nenhuma empresa nova, exceto a E&L e Coroa. Ninguém fomentou isso para cá. E temos que trazer empresas para gerar empregos. Empresas que não vão poluir, podemos usar o marketing do turismo.

Você citou a E&L que é da área de tecnologia. Já se falou na possibilidade de um polo de tecnologia em Domingos Martins ou na região. O que acha?

Seria interessante. Você já tem uma base que é a E&L. Pode através dela agregar vários segmentos. Temos que trazer indústrias não poluentes para Domingos Martins, como de tecnologia e agroindústria de chocolate e outras.

O que você faria de diferente no turismo?

Melhorar as vias de acesso para ter condições de receber. Vou dar um exemplo, o Recanto da Tilápia no Chapéu recebe mil carros por fim de semana. Várias vezes eu tive que intervir na Câmara porque o visitante não consegue chegar lá de tanto buraco. Muitas vezes o turista retorna pela qualidade do atendimento, não pela recepção da prefeitura que é zero. Tem que melhorar essas estradas, sinalização. As placas que temos aqui foram do governo de Ivan ainda.

Você fala do centro e entorno ou também da região de Pedra Azul?

De todo o município. O turismo em Pedra Azul é forte por causa dos moradores e da iniciativa privada, não pelo trabalho da prefeitura.

Alguma novidade para o calendário de eventos?

Temos que aprimorar a organização do calendário, com antecipação, com mais participação da população como tinha antigamente. Vamos fortalecer o Festival de Música, do Vinho, a Sommerfest, o Carnaval – que nem enfeite de rua teve esse ano, uma tradição de tantos anos.

E sobre espaço para eventos?

A primeira ideia seria fazer um comodato com terrenos da Coroa, para desafogar o trânsito e ter uma área para eventos. Área que durante a semana pode funcionar como estacionamento. É uma prioridade, hoje com o BNDES há como ter acesso a recursos para comprar a área. E prefeitura tem dinheiro, ano passado bateu R$ 20 milhões/mês de orçamento.

O trânsito tem piorado para quem vive e para quem visita à cidade. O que fazer?

Estacionamento na área da Coroa, que dá umas duas mil vagas. A partir do momento que te dou condições de estacionamento, você pode deixar o carro lá e vir para a rua. Também mudaria o sentido das vias, fazendo estudo e implantando uma mudança no tráfego.

Você também pensa em retirar do centro o campo de futebol ou a rodoviária como parte das medidas para melhorar o trânsito?

Nem pensar. E sobre a rodoviária, só 12 ônibus entram por dia na cidade, eles não atrapalham em nada. Então ela também não sairá.

Existe necessidade de a prefeitura investir numa nova sede administrativa?

No momento não. A prioridade é colocar a casa em dia, botar o serviço para funcionar porque dinheiro tem.

Como você vê a questão da segurança pública? 

Temos que ter uma parceria maior com a PM. Nós temos na Câmara um anteprojeto que é a criação da Guarda Municipal, que pode ser armada e uniformizada. O financeiro nós temos. Para se ter uma ideia, temos um carro descaracterizado alugado pelo gabinete do Prefeito que já consumiu R$ 100 mil. Para quê?

Nós temos a contratação de dois caminhões para lixo seco com gasto de R$ 496 mil por ano. O dinheiro da prefeitura está mal gasto. São 16 anos de administração do mesmo governo, não dá para dizer que foram pegos de surpresa. A prefeitura não tem organização nenhuma, só sabem fazer política na época da eleição.

Muita gente está vindo para a região serrana ser sitiante e até morar. E também dos interiores para a sede. Como você avalia esse movimento populacional?

Todo mundo é bem-vindo, mas é preciso uma organização da sociedade. E isso passa por um choque de gestão do município. Veja o exemplo do lixo, que hoje é cobrado de 10 mil pessoas, mas é coletado de 35 mil. Quem paga banca uma taxa super elevada.  Estou com anteprojeto para equacionar isso na mão do prefeito. É a primeira coisa que vou implantar.

Com essa vinda de pessoas, existe o parcelamento irregular do solo. Como organizar isso?

Temos que ter uma flexibilidade na lei de zoneamento rural. Essa é uma questão federal, pois o município não tem autonomia. É utopia falar que tem solução simples. O que a gente pode tentar, por ser um município turístico, é ter uma fórmula diferenciada. Teria que ver até que ponto isso é viável.

Teve secretario de meio ambiente com vários projetos que dependiam da autorização da promotoria para poder andar. Mas, até saiu do cargo porque o prefeito não confronta com a promotoria. Nós vamos confrontar, buscar soluções, pois Domingos Martins tem platô irregular em tudo quanto é lugar.

Tem os impactos ambientais disso, desmatamento, assoreamento de rios, nascentes. O que fazer?

A questão ambiental tem que ser fiscalizada urgentemente. E isso vai ter, não tenha dúvida. Vai ser rígida, não podemos perder a natureza que temos senão deixaremos de ser uma cidade turística. Daqui a pouco não teremos mais matas se continuar assim. Tem que disciplinar esse mercado de imóveis de Domingos Martins.

Domingos Martins é um produtor de água para a Grande Vitória e deve receber uma grande represa da Cesan no rio Jucu. Como você vê as contrapartidas de isso tudo para o município?

Muito pequena. Tem que bater de frente com isso. Abastecemos de água a Grande Vitória e o que recebemos em troca? Só tem uma mão, precisamos do retorno. Recebermos mais saneamento, porque o nosso é precário.

Esse crescimento populacional também impacta na saúde pública. O que tem que ser feito?

Uma vantagem grande é que temos um hospital. E querendo ou não a saúde municipal é muito boa. Há atendimento no interior, na sede e com o hospital teremos só melhoria. A gestão do hospital pela Santa Casa está criando um centro cirúrgico, acredita-se que pode atender 30% da demanda que vai para o hospital São Lucas. Hoje se você quebrar um dedo ainda tem que ir para Vitória, no futuro próximo isso não vai acontecer mais. Na atenção primária tem um detalhe ou outro para melhorar, mas no geral é bom e a estrutura atende.

População em situação de rua é problema antigo. Como você irá abordar?

Temos que ter a casa de passagem. Ali não entra droga, bebida e você tem três dias para ficar. Porque hoje não pode encostar a mão em ninguém. Inclusive uma casa de passagem está sendo construída. Resolve, porque com drogas e bebida o cara não entra. E ele não poderá ficar na rua porque tem a casa de passagem.

Hoje a pessoa está na rodoviária porque está largada. Se eu estiver lá, a prefeitura vai acolher todos os moradores de Domingos Martins que tiveram com esse problema. Como fizemos no governo do Ivan, quando contratamos quem era de Domingos Martins e que queria trabalhar. Agora, naturalmente, não podemos assumir problema dos outros.

Como anda a educação pública?

Primeira coisa é preciso valorizar o corpo docente. Temos que melhorar o currículo escolar que é demanda do mundo moderno. E investir na associação entre educação e esporte.

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