Copom deve elevar Selic em 0,5 ponto na reunião desta quarta(07)

Publicado em 07/05/2025 às 08:40

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (7) o novo valor da taxa básica de juros, a Selic. Pressionado pela alta nos preços de alimentos e energia, o comitê deve promover mais um aumento, que poderá ser o último antes de uma pausa no atual ciclo de aperto monetário. A expectativa é sustentada pela desaceleração da economia global.

Caso a elevação se confirme, será o sexto aumento consecutivo da taxa. De acordo com o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve subir 0,5 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75% ao ano.

Na ata da reunião anterior, realizada em março, o Copom já havia sinalizado que promoveria um aumento menor, após três elevações seguidas de 1 ponto percentual. No entanto, o comitê não antecipou quais seriam os próximos passos após o encontro de maio, apenas ressaltou o aquecimento da economia brasileira e as incertezas no cenário internacional, especialmente diante da política comercial dos Estados Unidos.

A taxa Selic está em alta desde setembro do ano passado, após um período de estabilidade entre junho e agosto, quando permaneceu em 10,5% ao ano. Desde então, houve uma sequência de aumentos graduais: 0,25 ponto, 0,5 ponto e três elevações de 1 ponto percentual.

Inflação segue resistente

Na última ata, o Copom alertou para a necessidade de “parcimônia” diante dos sinais de desaceleração da economia e destacou que a “desancoragem” das expectativas de inflação exige a manutenção de juros elevados por mais tempo. Apesar de indícios de moderação na atividade econômica, o cenário de curto prazo para a inflação ainda é considerado desfavorável.

O boletim Focus mais recente estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, feche 2025 em 5,53% — um leve recuo em relação aos 5,65% projetados quatro semanas antes. A projeção, no entanto, segue acima do teto da meta de 4,5%, considerando o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual em torno da meta central de 3%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A importância da Selic

A Selic é a taxa de referência para as demais taxas de juros da economia e é usada nas negociações de títulos públicos do Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação.

Ao elevar a Selic, o BC busca esfriar a demanda, tornando o crédito mais caro e estimulando a poupança. Isso tende a frear a alta dos preços, mas também pode restringir o crescimento econômico. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos clientes, como inadimplência, custos operacionais e margem de lucro.

Quando a Selic cai, o crédito tende a ficar mais barato, favorecendo o consumo e a produção, o que impulsiona a economia — embora reduza a força de contenção da inflação.

As reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias. No primeiro dia, são apresentadas análises sobre a economia brasileira e mundial. No segundo, a diretoria do BC delibera sobre o rumo da taxa de juros.

Novo sistema de metas de inflação

Desde este mês, entrou em vigor o novo modelo de metas contínuas para a inflação, definido pelo CMN. A meta continua sendo de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — o que estabelece um intervalo entre 1,5% e 4,5%.

Diferentemente do modelo anterior, em que a meta era apurada ao fim do ano, agora ela é calculada mensalmente com base na inflação acumulada em 12 meses. Assim, por exemplo, a inflação de maio de 2025 será comparada com a meta a partir de junho de 2024, e o processo se repete nos meses seguintes, de forma contínua.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de março, o Banco Central manteve a previsão de que o IPCA encerrará 2025 em 5,1%. Contudo, essa estimativa poderá ser revista, conforme a evolução da inflação e do câmbio. Um novo relatório será divulgado no fim de junho.

Fonte: Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

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