Coluna – Os primeiros 30 dias de Paulo Sousa no futebol brasileiro

Publicado em 08/02/2022 às 13:51

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© Gilvan de Souza/Flamengo/Direitos Reservados


Estamos na segunda semana do segundo mês de 2022. Desde a reapresentação dos jogadores do time principal, são exatos 30 dias que o técnico Paulo Sousa está trabalhando no Flamengo. E, apesar disso, já tem gente questionando o sistema implantado na equipe e com dúvidas com relação ao futuro rubro-negro na temporada. Quanta pressa!

É bem verdade que o Paulo Sousa não era o preferido nem da diretoria, muito menos do torcedor. Também é sabido que ele chegou com a pressão de uma temporada em que o Flamengo não levantou nenhuma taça nas principais competições que disputou e que, no dia 20, terá pela frente um duelo direto com o Atlético-MG, pela Supercopa. Ou seja, pressão por todo lado. Que cresceu com a derrota para o Fluminense, no último domingo (6).

De novo, como no Brasileirão do ano passado, o Flamengo dominou o jogo e levou um gol no fim – no returno da Série A, o Tricolor fez 3 a 1, em dia de John Kennedy, mas o Rubro-Negro entrou com um time misto, por opção do Renato Gaúcho, e o Fluminense, que não tinha nada a ver com a história, fez muito bem em aproveitar e vencer até com facilidade. Mas voltando ao Paulo Sousa, essa terceira derrota num Fla-Flu mexeu e dividiu o torcedor da Gávea. Porque foi, também, um teste para o esquema de jogo que o técnico português quer implantar.

A começar pelos três zagueiros, que aqui no Brasil não é um esquema muito praticado. Quem sabe esse ano passe a ser, mas até agora aparece como uma prática pouco vista. E com a carência de jogadores para o setor, Felipe Luiz acaba sendo um dos escolhidos para a função. Abre espaço na lateral e quem aparece? Everton Ribeiro, que era titular absoluto lá na frente, mas que terminou a temporada sendo questionado. E na volta, surge de ala esquerdo! Pois é. Mas poucos sabem que, quando começou no Corinthians, ele era lateral esquerdo. Então, calma com as críticas.

O trabalho do Paulo Sousa, pra mim, sofre com uma visão até agora distorcida dos dirigentes do Flamengo. Por que reforçar tanto o ataque? Há pelo menos um ano se sabe que as carências rubro-negras são nas duas laterais, na zaga e, até mesmo, na cabeça de área. E faz tempo que o clube não contrata um bom nome para essas posições. Sou favorável à chegada do Andreas Pereira, à contratação do Marinho e a uma reposição para a saída do Michael – isso se não houver alguém da base em condições para suprir essa carência. No mais, que venham reforços para outros setores. E aí, sim, os críticos poderão avaliar melhor as ideias do treinador.

Nestes 30 dias à frente do time, o português não teve a equipe considerada titular na mão. De qualquer forma, no primeiro tempo contra o Fluminense, deu para ver que virão novidades táticas, de movimentação e de qualidade, facilitadas pelos jogadores que o Flamengo dispõe. Me pareceu faltar força ofensiva, apenas com o Gabi (gol) na frente. O Campeonato Estadual não é considerado competição importante no calendário rubro-negro, mas é capaz de demitir técnicos – o Abel Ferreira, ano passado no Palmeiras, balançou. Perder clássicos e virar chacota para os rivais pode minar a paciência do torcedor. E não custa lembrar que vencer o Cariocão esse ano dará ao Flamengo um tetracampeonato inédito. Na era profissional e do Maracanã, será o primeiro. Fluminense e Botafogo, ainda como amadores, já ostentam essa conquista.

* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

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