Cidadania gastou R$ 4,7 milhões em publicidade sem engajamento nas redes sociais

Publicado em 28/09/2021 às 15:50

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João Roma é o titular do Ministério da Cidadania
Agência Câmara/Divulgação

João Roma é o titular do Ministério da Cidadania

O Ministério da Cidadania gastou R$ 4,7 milhões, desde janeiro de 2020, para impulsionar 136 postagens no Facebook, no Instagram, no Twitter e no LinkedIn. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.

As campanhas sobre o auxílio emergencial, benefício concedido pelo governo federal durante a pandemia, foram as que mais consumiram recursos públicos: R$ 1,24 milhão (26% do total), de acordo com os dados. Todas as publicações feitas sobre o programa foram feitas em 2021 — 74% apenas no mês de julho.

Naquela ocasião, o governo Bolsonaro contava com um desempenho negativo nas pesquisas de opinião. Segundo a pesquisa Ipec divulgada no mês anterior, 49% das pessoas avaliavam a gestão do presidente como ruim ou péssima, enquanto 24% a consideravam boa ou ótima.

Uma das publicações impulsionadas pelo Ministério da Cidadania teve um retorno pífio: a pasta pagou R$ 440 mil para impulsionar um post de Facebook que teve 172 comentários e 20 compartilhamentos.

A publicação contava com uma foto de um suposto beneficiário do programa, com uma viela ao fundo, e informava que o “auxílio emergencial já beneficiou mais de 68 milhões de pessoas” e que “em 2021 o governo federal continua levando mais dignidade para o André e para milhões de famílias brasileiras. #IssoéCidadania”.

Para outra publicação no LinkedIn, o ministério definiu como público-alvo da propaganda pessoas com níveis de experiência de dirigentes (CEO, COO, CFO, CMO), diretores, proprietários, sócios e vice-presidente, isto é, perfis distintos dos beneficiários do auxílio emergencial, voltado para pessoas de baixa renda.

Procurado, o Ministério da Cidadania afirmou que investiu R$ 3.498,63 no impulsionamento da referida publicação sobre o auxílio emergencial e que “o investimento de R$ 441 mil se refere a um vídeo-tutorial sobre o auxílio emergencial, publicado em julho, que teve como resultado o alcance de 60 milhões de pessoas”, mas não indicou o link do vídeo.

O uso de redes sociais pelo governo federal foi alvo de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) contra a União, em março deste ano. O órgão entendia que o governo fazia promoção indevida de Bolsonaro utilizando recursos e redes sociais do governo federal.

Durante a apuração de um inquérito, os procuradores da República no Distrito Federal identificaram uma série de postagens feitas por contas oficiais do governo que, na avaliação deles, faziam a exaltação pessoal do presidente. Na ação, os procuradores pediam que as postagens fossem removidas e que o governo interrompesse essa prática.

Auxílio emergencial

Uma ala do governo federal trabalha para estender o auxílio para além deste ano, segundo o colunista Lauro Jardim. A ideia é manter os valores atuais do benefício até dezembro e, em 2022, começar um processo em que, mês a mês, o valor recebido diminuiria.

Em tese, o valor seria recompensado pela recuperação da economia num período já praticamente de pós-pandemia. O objetivo do Ministério da Cidadania é aprovar a extensão do auxílio até o fim de outubro.

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