Caso Samarco: julgamento na Justiça britânica entra na fase final

Publicado em 05/03/2025 às 14:20

Compartilhe

1096513-jfcrzabr031117001639_1

José Cruz/Agência Brasil

A Justiça britânica retomou nesta quarta-feira (5) o julgamento sobre a responsabilização da mineradora angloaustraliana BHP em relação ao rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015. A Samarco é uma joint venture da brasileira Vale com a subsidiária da BHP no Brasil.

A ação foi impetrada pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), que representa 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 46 municípios atingidos pela tragédia.

Até sexta-feira (7), os advogados das vítimas farão suas alegações finais. De 10 a 13 de março, será a vez da defesa da mineradora BHP.

O julgamento, a cargo da Corte de Tecnologia e Construção de Londres, foi iniciado em 21 de outubro do ano passado e passou por várias fases, como os depoimentos de testemunhas e de especialistas em direitos ambiental, civil e societário brasileiros.

Apesar de o julgamento estar sendo feito no Reino Unido, a Justiça britânica considerará a legislação brasileira para decidir se a BHP pode ser responsabilizada pelo rompimento da barragem de uma empresa da qual era uma das controladoras.

>>Tragédia de Mariana: 70% das cidades não assinaram acordo com Samarco

Mariana (MG) – barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais (Corpo de Bombeiros/MG – Divulgação) – Corpo de Bombeiros/MG – Divulgação

Vale

A Vale não é ré nessa ação, mas outro processo foi impetrado pelo PG contra a mineradora brasileira na Justiça holandesa, uma vez que a Vale tem subsidiária na Holanda

O escritório PG defende que a mineradora BHP deve ser responsabilizada, uma vez que era controladora da Samarco e, portanto, responsável por suas decisões comerciais, além de beneficiária e financiadora da atividade de mineração que causou o desastre.

Já a BHP afirma que a Samarco sempre foi uma empresa com operação e gestão independentes.

A previsão do escritório PG é que a juíza responsável pelo caso, Finola O’Farrell, divulgue a sentença até meados deste ano. Caso a BHP seja considerada responsável, um novo julgamento definirá o valor das possíveis indenizações. O PG estima que os valores a serem pagos às vítimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

No Brasil, em novembro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou um acordo que prevê o pagamento de R$ 170 bilhões para reparação e compensação dos danos causados pelo desastre ambiental. O rompimento da barragem de rejeitos de mineração ocorreu em 5 de novembro 2015, no distrito de Bento Rodrigues, que foi totalmente destruído pela lama. Dezenove pessoas morreram, três estão desaparecidas e 600 ficaram desabrigadas.

Aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos foram despejados no meio ambiente, atingindo 49 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. A lama percorreu 663 quilômetros pela Bacia do Rio Doce, até atingir o mar do litoral capixaba.

Fonte: Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

Veja também

arte-e-cronica

Uma estrada de violetas

45_donald_trump-the-whinte-house-1024x1024-1

Tribunal dos EUA suspende tarifas de Trump; governo recorre da decisão

img_6886

Congresso dá 10 dias para governo propor alternativa ao aumento do IOF

Reoconhecimento internacional aftosa (1)

Brasil é reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação, e Espírito Santo celebra conquista histórica

AdobeStock_292601262

Espírito Santo monitora cenário de aumento de casos das Síndromes Gripais

Santa-Esfiha-1024x684

Festival de jazz reunirá delícias da gastronomia local em Santa Teresa

WhatsApp Image 2025-05-28 at 15.40.11

Governo do Estado assina contratos de repasse do Funsaf para fortalecer a agricultura familiar capixaba

81435ee3-9b0c-465a-b582-f8e3d57d656b

Saúde lança campanha contra fumo e reforça proibição de cigarros eletrônicos