Após encontro com Trump, Lula diz que equipes vão se reunir imediatamente para tratar de tarifas
Publicado em 27/10/2025 às 08:41
Foto: Ricardo Stuckert/PR
A reunião de cerca de 45 minutos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste domingo (26/10), na Malásia, foi classificada por Lula como “positiva”. Após o encontro, o presidente brasileiro publicou nas redes sociais a foto de um aperto de mão entre os dois mandatários sorridentes e afirmou que as equipes de Brasil e Estados Unidos vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez um resumo da reunião à imprensa e disse que Lula pediu que as tarifas impostas à exportação de produtos brasileiros sejam suspensas durante o período de negociações. Lula ainda solicitou que as tratativas entre os dois países começassem de forma imediata. “A reunião foi muito positiva, o saldo final é ótimo. O presidente Trump declarou que dará instruções a sua equipe para que comece um processo de negociações bilateral que deve ser iniciado hoje ainda”, disse.
Mauro Vieira disse que, ao longo da reunião, Trump e seus assessores deixaram claro que a relação com o Brasil é importante e que querem solucionar dificuldades.
O chanceler brasileiro afirmou que há a expectativa de que seja atendido o pedido de suspensão das tarifas enquanto os países negociam. “Vamos conversar sobre isso, é um pedido que o presidente Lula fez já no telefonema, hoje reiterou, e houve concordância em ser feita”, disse.
Venezuela
O conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela foi abordado por Lula na reunião. O presidente brasileiro disse que, por tradição, o Brasil está disposto a atuar como um elemento de promoção da paz e se propôs a mediar a comunicação entre Estados Unidos e a Venezuela, de acordo com o ministro Mauro Vieira.
“O presidente Lula levantou o tema, disse que a América Latina e a América do Sul, especificamente, onde estamos, é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para se buscarem soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, disse. O chanceler relatou que Trump agradeceu e concordou.
Lei Magnitsky
Lula também citou a Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções a autoridades estrangeiras. Segundo o presidente, a aplicação da lei em relação a ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro é “injusta”, uma vez que nas decisões tomadas pela suprema corte há respeito ao devido processo legal e não há perseguição.
Descontração
O ministro Mauro Vieira relatou que a conversa entre Lula e Trump foi descontraída e o brasileiro começou dizendo que não havia assunto proibido. Trump contou que admira a trajetória política do presidente Lula e os dois combinaram visitas recíprocas ao Brasil e os Estados Unidos. “Trump disse que admira o Brasil e gosta imensamente do Brasil e do povo brasileiro”, registrou Vieira.
Lula e Trump haviam combinado de conversar sobre os temas de interesse de seus países em breve encontro em setembro, em Nova York, por ocasião da abertura da Assembleia-Geral da ONU. Desde então, as equipes dos presidentes iniciaram as tratativas e aproveitaram a agenda coincidente em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participam da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), para realizar a reunião.
Fonte: Yara Aquino/Agência Gov