Afonso Cláudio abriga a árvore com inúmeros benefícios para a saúde

Virola oleífera é o nome científico da bicuíba, uma árvore comumente encontrada no município de Afonso Cláudio. De acordo com pesquisadores, a bicuíba poderá se transformar em uma poderosa arma contra problemas cardíacos para quem sofre de hipertensão e aterosclerose. Visitamos uma mata na localidade de Mata Fria, a fim de conhecer a espécie, que pode revolucionar o tratamento de diversos problemas de saúde.

Capaz de combater as placas de gorduras nos vasos sanguíneos e cicatrizar feridas, já foi confirmado que a resina do tronco avermelhado da bicuíba, também pode ser aplicada em outros tratamentos. Há três anos, a Universidade Vila Velha (UVV) estuda a planta, conforme relatos do Dr. Thiago Melo, que faz parte do Laboratório de Fisiologia de Farmacologia Translacional da Universidade.

De acordo com o estudo, a resina da planta tem potenciais protetores e uma de suas características é o combate aos radicais livres, ligado à doenças crônicas. Ainda segundo o estudioso, após aplicarem uma dose diária de resina diluída em camundongos modificados geneticamente com colesterol alto, foi verificado um resultado altamente positivo.

A bicuíba que visitamos na propriedade de Sebastião Morais, na região de Mata Fria, fica em uma mata distante 18 quilômetros da sede. É uma das dezenas, que possuem aproximadamente 20 metros de altura. Tiramos a casca de uma das gigantes e percebemos em seu tronco avermelhado, bastante resina. Quem nos acompanhou foi o popular Sebastião Tatino, nascido na região, que tem história da arvore pra contar.

Com sua simplicidade, Sebastião Tatino disse que não tinha conhecimento sobre os estudos da árvore, mas relatou orgulhoso do que sabe sobre a planta. “É muito bom saber que a planta poderá curar problemas do coração. Será de grande benefício para o povo. Moro aqui na região desde que nasci e sei que os frutos e o óleo (resina) da bicuiba já tratou muita gente”, disse Sebastião Tatino, que estava em companhia do proprietário do terreno, Sebastião Moraes, e com a reportagem do Portal Montanhas Capixabas.

Há cinco anos, um aluno de Afonso Cláudio ouviu relatos de afonsoclaudenses sobre o potencial da planta para cicatrização de feridas. Foi a partir daí que surgiu o interesse pela pesquisa da planta, cujo cerne é resistente e utilizado para confecção de móveis. A descoberta de seus benefícios rendeu à bicuíba uma publicação na revista científica internacional “Journal of Ethnopharmacology”, por meio de um artigo da mestranda Paola Coutinho.