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Arte, Crônicas e Poesia

Clamor à montanha

Publicado em 14/11/2025 às 10:33

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A escassez nos torna mesquinhos, o olhar centrado para baixo e as mãos fechadas com raiva. Passamos a vida toda surdos, seguindo absolutamente a consciência, sempre crentes de estarmos certos em tudo. Sozinhos e imersos nos próprios devaneios, seres necessitados diariamente almejando alguma coisa. Numa jornada existencial por completude, sempre armados, feridos e ferindo ao bel prazer.

Apenas preocupados com prazer e receosos pela dor…

Por que é tão difícil perdoar, seguir em frente? A memória tortura, sufoca e aperta o coração, a vaidade cega e a culpa nos paralisa. Por mais que seja necessário ir adiante, a montanha é tão alta! Estupefato!

Foto: Freepik

E cá me encontro, perdido, prostrado. Sei que há muito que não converso contigo. Sempre achei que daria conta sozinho de resolver tudo, desde a infância sempre acreditei nisso. É muito ruim passar com os olhos as memórias e encontrar tanta estupidez. E de tudo que fiz de errado, esquecer de ti foi a maior delas. Mesmo indo em eventos que citaram seu nome, meu coração estava longe.

O mundo seduz, não sou asceta para dizer que são apenas enganos, o prazer é sedativo, principalmente para quem tudo é novidade, igual foi para mim. As comidas de nomes franceses em restaurantes caros, os vinhos de séculos passados, o luxo e luxúria andam juntas. Quando tudo foi visto e sentido que compreendi como o é difícil o reino dos céus aos ricos, eles já vivem em uma espécie de paraíso, ao comparar com maioria da população brasileira.

Digressões para esconder a vergonha, o orgulho é sempre o pior conselheiro, o que dificilmente conseguimos perceber, até o último instante cremos nas suas verdades sobre a vida. Sendo que a maior verdade é que sem ti somos barcos à deriva numa viagem inútil.

O sentido nunca esteve em mim, como outrora pensei, nunca esteve nos bens materiais, no seu acúmulo e extrema exposição a outrem, nas aventuras eróticas, na ânsia de viver eternamente. Em suas mãos sempre esteve a caneta que escreveu toda a história, por mais que a vaidade de controlar tudo não deixava perceber.

E essa indubitavelmente é a verdade mais cruel para o coração orgulhoso, onde mais apanha para perceber. Muitas lágrimas são derramadas em porquês, jamais respondidos. O senhor a tudo observa e guia.

Por favor, não esqueça de mim, perdão por ter esquecido de ti. Perdão por viver pra mim, perdão por amar o mundo, a ti imploro, não me deixe à deriva, seja o farol que guia me para o teu caminho.

Perdão, Pai.

Este espaço é dedicado a todos os escritores, fotógrafos, pintores, escultores e artistas da região das montanhas capixabas.
Caso tenha vc tenha interesse em publicar seu trabalho aqui, favor enviar seu material, com o assunto “Coluna Arte nas Montanhas”, para: [email protected]

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