Guerra em Gaza completa dois anos com mais de 67 mil palestinos mortos

Publicado em 08/10/2025 às 08:44

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Guerra em Gaza- freepik

Foto: Freepik

Neste dia 7 de outubro, a guerra entre Israel e o Hamas completa dois anos com um saldo devastador. De acordo com as autoridades de saúde da Faixa de Gaza, mais de 67 mil palestinos morreram e 170 mil ficaram feridos desde o início do conflito.
Do lado israelense, são 1.665 mortos, sendo 1,2 mil apenas nas primeiras horas do ataque do Hamas a Israel, em 2023 — ação que marcou o início da guerra e foi considerada o episódio mais sangrento da história de 75 anos do Estado israelense. Cerca de 250 pessoas foram sequestradas na ofensiva, segundo a agência de notícias Reuters. Atualmente, 48 reféns permanecem em Gaza, dos quais se acredita que 20 estejam vivos.

Desproporção e crise humanitária

A resposta israelense, considerada desproporcional por diversos países e organizações internacionais, foi além de alvos militares, atingindo casas, hospitais e escolas, o que gerou forte indignação global. Desde então, o termo “genocídio” passou a ser usado por entidades e governos para descrever a situação na Faixa de Gaza — acusação que Israel nega.
O cerco imposto pelo governo israelense impediu a entrada de ajuda humanitária. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 1.857 palestinos foram mortos enquanto buscavam comida na Fundação Humanitária de Gaza, uma estrutura militarizada de distribuição de ajuda apoiada pelos Estados Unidos e Israel, criada em 27 de maio de 2025.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três pessoas em Gaza passa dias sem se alimentar, e mais de 320 mil crianças pequenas correm risco de desnutrição aguda.
A situação se agravou com a apreensão da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária em 50 embarcações e contava com ativistas de vários países, inclusive do Brasil. A flotilha tentava romper o bloqueio israelense para levar suprimentos à região.
Mesmo neste 7 de outubro, tanques, barcos e jatos israelenses continuaram bombardeando partes do território palestino.

Plano de trégua e negociações

Diante do impasse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano de trégua para tentar encerrar o conflito. A proposta prevê:
• libertação dos reféns israelenses em Gaza;
• troca por prisioneiros palestinos detidos em Israel;
• e o desarmamento do Hamas, que ficaria impedido de participar do governo local.
O plano ainda inclui a criação de um governo de transição em Gaza, sob comando de lideranças internacionais.
Nesta semana, delegações de Israel e do Hamas devem iniciar negociações indiretas no Egito, com foco na primeira fase do plano — a libertação dos reféns.
O Brasil também tem defendido a retomada do diálogo e a criação de um Estado palestino como caminho para a paz. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra da ONU uma posição mais firme sobre o tema.

Conflito histórico

A disputa entre israelenses e palestinos se estende há mais de 70 anos, envolvendo questões territoriais, políticas e religiosas. A região é sagrada para o judaísmo, o islamismo e o cristianismo, e as tensões remontam ao período pós-Segunda Guerra Mundial.
Em 1947, a ONU propôs a criação de dois Estados — um judeu e outro árabe —, mas os países árabes rejeitaram o plano, alegando desigualdade na divisão das terras. Ainda assim, os judeus proclamaram a criação de Israel em 1948.
Desde então, Israel expandiu suas fronteiras, enquanto os palestinos permanecem confinados em dois territórios sem conexão terrestre: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
A Palestina reivindica soberania sobre essas áreas e considera Jerusalém sua capital, embora a maior parte dos territórios esteja ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O Acordo de Oslo, assinado em 1993, criou a Autoridade Nacional Palestina (ANP) para administrar partes autônomas desses territórios, enquanto as negociações de paz prosseguiam.

O papel do Hamas

Fundado em 1987, o Hamas — sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica — é composto por um braço político, um social e outro armado. O grupo é classificado como organização terrorista por países como Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá, mas a ONU e o Brasil não adotam essa designação oficialmente.
Mais de 140 países reconhecem o Estado Palestino, incluindo diversas potências europeias. Entretanto, os Estados Unidos continuam vetando o reconhecimento pleno da Palestina nas Nações Unidas.

Fonte: Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

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